O apóstolo João com a cabeça apoiada no braço de Jesus, Tilman Riemenschneider, detalhe do altar da última ceia, Sankt-Jacob, Rothenburg ob der Tauber (Alemanha)
Agradeço-vos, Senhor, por me conceder a palavra num momento tão impressionante para a vida de todos estes nossos jovens amigos e para a resposta que o nosso coração, o coração de cada um de nós, sente ter de encontrar para doá-la numa grande retomada de fraternidade universal.
Talvez aprendamos também em nossa amizade a dar tempo e profundidade de experiência a nossa relação com a Bíblia, o livro que o Senhor quis estabelecer para ilustrar, para iluminar justamente aquilo que a própria Bíblia anima e esclarece.
ýo início do livro com o qual a Bíblia fala do profeta Abraão, que trouxe à tona a imensidão do drama religioso desse povo consagrado pela grandeza de Deus, nós nos daremos conta - percorrendo página por página, uma página após a outra, caminhando de palavra em palavra, de pensamento em pensamento -, nos daremos conta de tudo o que o Senhor pretendeu dizer ao homem, aos homens que O buscam, ao homem que se põe a ouvir Sua voz, ao drama do homem.
A questão é muito simples: Deus responde à necessidade que o homem tem provando o quanto sua experiência é motivada, engrandecida, o quanto se torna robusta e forte à medida em que esse homem segue, cada vez mais, a palavra de Deus. Tomei a liberdade de ýceitar falar a vocês para lhes indicar uma frase, um pensamento de que Deus faz uso para dizer ao homem, para contar ao homem tudo o que lhe interessa (a busca humana tem como “interesse” aquilo pelo qual vale a pena viver, do contrário seria inútil que o homem existisse, e especialmente inútil falar de Deus). Diz a Bíblia: “O homem busca a felicidade”.
“O homem busca a felicidade”, a realização de uma seriedade intensa e feliz. Com que método Deus “persegue” o homem, ou seja, cria seres na história, introduzindo-os no significado de tudo? Desde o momento em que o Senhor põe as mãos nas nossas costas e nos empurra para a frente, desde então não há mais nada na vida que possa substituir o dom de Deus.
Quem sabe não seria uma coisa boa se, com seus amigos sacerdotes ou com as pessoas maduras, mais adultas, vocês se empenhassem em esclarecer as palavras e as frases que são ditas, usadas por Deus? Por exemplo, vocês farão muito barulho, uma barulheira cada vez que tentarem inventar respostas para suas exigências; na verdade, descobrirão que essas respostas vêm exclusivamente quando a pessoa repousa a cabeça nos ombros de Cristo.
A força do homem concentra-se totalmente na busca de satisfação, de felicidade. Ora, Deus não só existe nesses sentimentos, mas nesses sentimentos está também a Sua resposta, a Sua presença, a Presença graças à qual a pessoa diz: “É isso!”.
A força do Senhor é a nossa alegria. A fórmula com a qual os antigos profetas hebreus concentraram a atenção de todos os seus seguidores, de seus conhecidos, reaparece, é restabelecida numa unidade de evidência, com a mesma força e a mesma clareza, quando padre Giorgio hoje mesmo lhes falava do nosso seguir a Cristo: seguir a Cristo! Pois, se é possível seguir a Cristo, inevitavelmente devemos fazê-lo.
“A força de Deus é a alegria de seu povo.” “A força de Deus é a força de seu povo.” São palavras que a totalidade da nossa vida é chamada a entender, a abraçar e a levar aonde quer que estejamos. Ajudemo-nos a carregar juntos, a permitir, juntos, que essa força de Deus opere, ela que é alegria para o homem: a força do Senhor é a alegria de seu povo.
(traduzido por Durval Cordas)
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