quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Um pouco de saudosismo


Se as novelas continuassem apenas nas rádios, qual seria a sensação de não poder identificar se o choro da figura dramática era verdadeira ou não?
Que cor de blusa estaria usando “Maria”, no momento em que recebia de seu noivo o pedido de casamento?
Quantos pães restavam sobre a mesa depois da gula do caçulinha?
Faço estas perguntas para entender o poder da imaginação.
Os detalhes a nós oferecidos pelo áudio, não eram completos. Precisávamos aguçar nossa percepção de entendimento.
Tínhamos de imaginar a expressão de Maria por tão sonhado pedido!
Os pormenores desfilavam à nossa volta e provocavam várias indagações.
De repente, fazia-se uma pausa na novela e nesse intervalo íamos tomar uma água ou um cafezinho.
Deixávamos o óculos sobre a mesa porque antigamente não existia lente multifocal.
Terminado mais um capítulo do dia, desligávamos o rádio, íamos felizes fazer os serviços domésticos, sem a probabilidade de comprar os produtos de publicidade desfilados durante o programa, porque naquele tempo, os veículos de comunicação não encontravam nenhum ser tão consumista.
Cidissima