terça-feira, 31 de maio de 2011

Como nasce uma alma


Histórias Infantis

No imenso terreiro da fazenda São José, Pedrinho, sentado no velho toco de uma goiabeira que havia sido cortada porque secara com a falta de chuva, ouvia encantado as histórias que sua avó lhe contava. Os olhinhos brilhavam de emoção a cada palavra que saía da boca da vovó Júlia. Finalmente a vovó terminou a história do “Soldadinho de Chumbo”. Foi aí que o menino, muito sério, lançou a pergunta:
- Vovó, como nasce uma alma? A minha professora disse que nós somos corpo e alma.
- Ah, meu filho! Isso ninguém sabe, mas eu penso que é assim: Deus cria um raio de luz e dentro dele coloca uma centelha de sua divindade. O raio de luz vai tomando forma brilhando intensamente.
- Centelha, vovó? Que coisa é isto? – perguntou curioso o menino.
- É uma partícula, uma faísca. – respondeu D. Júlia.
- Assim como a que sai da fogueira de São João? – quis saber Pedrinho.
- Isso mesmo, querido. Depois de colocar uma parte de si no raio de luz, Deus lhe dá uma vestimenta branca como o lírio e a chama de Alma. E como Deus tem muitas moradas, esta alma habitará em alguma delas enquanto aguarda o tempo de ganhar uma “casa humana”. Um corpo. O corpo é a morada onde a alma passará a viver por alguns anos. A alma é imortal e pertence ao Senhor, por isso devemos cuidar bem de sua “casa” evitando drogas, bebidas, fumo e toda espécie de exagero para que a “casa” esteja limpa, saudável, agradável aos olhos de Deus. – concluiu a vovó.
- Então a minha alma está contente, vovó. Eu tomo banho todos os dias, limpo bem as minhas orelhas, não deixo a casa dela suja. – disse o menino rindo ao ver a careta que a avó fez para ele.

Maria Hilda de J. Alão.